Bem, a crença é algo inerente ao ser humano, mas o que seria essa crença? Está pautada em que realmente? Vejamos.
A crença, no âmbito religioso, é acreditar naquilo que não se vê, ou crer naquilo que não tem uma representação física específica, ou seja, puramente metafísica e improvável de se colocar em prática. Dessa forma, podemos observar que a crença em um ser divino, ao qual não se pode constatar empiricamente é fruto dessa crença religiosa, assim sendo, o fruto dessa crença religiosa (que chamamos de Deus) é diferente do conceito de ética por exemplo, pois tal conceito podemos verificar a partir do comportamento humano, a moral inerente a pessoa que expressa determinado comportamento, sendo possível a averiguação moral determinante no comportamento dessa pessoa.
Mas qual a diferença entre a IDÉIA de Deus e o conceito de ética citados no exemplo? Como já previamente colocada no parágrafo anterior, vejamos. No que se refere a Deus, não se há uma matéria (empiricamente falando) que demonstre à Deus, já a ética podemos constatar pelo comportamento a moral inerente a uma pessoa inserida em determinada cultura e sociedade que influência diretamente no pensamento ético e na moral dos indivíduos que compõe tal sociedade.
A crença é inerente ao ser humano, podemos ter a crença em um ser divino que norteia tudo que existe, ou temos a crença num mundo exterior com representações empíricas e tudo que têm suas formas fisicamente constituídas. A causalidade, por exemplo, explica como a mente infere, como a mente agrega uma causa a um determinado efeito,exemplo: se vejo fumaça, minha mente infere que a origem dessa fumaça é fogo.
Mas qual a relação da causalidade com a crença? Se nossa mente, ao ver determinado efeito, já infere logicamente que esse efeito tem uma causa específica, logo cremos que esse efeito tem uma causa sem mesmo visualizarmos essa causa, e ainda nossa mente é capaz de dizer que causa é essa, como no caso da fumaça (efeito) e fogo (causa).
A crença causal, por exemplo, se expressa da seguinte forma: Se em minha mão está um objeto qualquer, como um copo, e se é questionado "e se esse copo for solto?" o que sua mente concluirá antes que esse copo seja? A mente projetará a experiência um pouco mais a frente àquele momento, e concluirá que o copo cairá caso for solto.
Portanto, as crenças, a meu ver, são inerentes ao ser humano. A crença em Deus, que não pode se fundamentar em dados empiricamente já existentes, é fé, pois não se pode apresentar um fio de cabelo e afirmar ser de Deus, ou talvez um pouco de sangue, apenas crença, e isso se fundamenta na vivência pessoal de cada individuo e não em dados empíricos já pré existentes na pessoa, já que na crença causal, ela se fundamenta no hábito e na experiência já vivênciada no campo empírico.